JUSTÍÇA É PARA TODOS (os que podem pagar)

Aqui á uns anos atrás fui contactado por uma empresa de Rio Tinto (não vou colocar o nome, pois poderia dar azo a algum processo e não tenho tempo nem dinheiro para andar a provar o que aqui estou a dizer, mas se alguém quiser consultar o processo, terei todo o gosto em dar todas as referencias necessárias), para fazer uma instalação eléctrica, renovação da existente, é uma fábrica de móveis que tinha sido adquirida recentemente, e devido ao aumento da produção a instalação não aguentava e estava constantemente a desligar a energia, parando a fabricação, para ser feito o aumento de potência com a EDP, teria de ser feita uma nova instalação.
Ora, depois de terem sido acordados as condições de execução do serviço, passei a executá-lo, coloquei um electricista e um ajudante a fazer o serviço, primeiro fez-se a instalação do escritório, que foi feito de novo, não houve qualquer problema, depois passei para a fábrica, quando já estava feito cerca de 2/3 do serviço e estando a par das dificuldades do cliente em laborar, falei com o fiscal da EDP fazendo-lhe ver em que ponto estava a execução da obra, e se era possível, ainda antes da mesma terminar, ser feito o aumento de potência, visto o essencial já estar feito, o fiscal concordou, e logo meti os papéis para o pedido do aumento de potência, foi aprovado, como combinado e o serviço por parte da EDP feito, a partir deste momento o cliente não deixou os meus empregados pegar ao serviço, criando uma série de dificuldades e desculpas, tais como: teria de fazer uma pausa na obra, pois o dinheiro estava a faltar e mais tarde voltaria a ela, o tempo foi passando, e como tinha contas para pagar emiti uma factura referente ao que estava feito até á data em que foram interrompidos os trabalhos, desculpa atrás de desculpa, nunca mais pagava, eram cerca de 550 contos, passado cerca de um ano tive de o ameaçar com cobrança em tribunal, após pedidos por faxe de descrição dos serviços efectuados, bem como descrição das horas dos funcionários, tudo servia para protelar o pagamento, consultei o meu advogado, mostrei-lhe todos os documentos e a opinião do advogado era a de que tinha toda a razão e motivos para pedir em tribunal o pagamento da factura, entretanto, e isto é importante, tinha ido levantar o material que estava em peças inteira e/ou caixas fechadas e que não tinha sido facturado, pois estava a fazer outras obras e tinha ali material que eu já tinha pago aos fornecedores e o cliente ainda não tinha pago, nem sido facturado, só tinha sido facturado o que estava aplicado.
Depois das formalidades habituais chegou o dia da 1ª audiência, estava eu e o meu advogado no corredor do tribunal e eis que chega o meu cliente (que vim a saber mais tarde, também eram advogados) acompanhados com a advogada deles, para meu espanto o meu advogado dirige-se á advogada e entre beijinhos, abraços e muitos sorrisos venho a saber que tinham sido colegas na faculdade, entretanto é feita a audiência, e a partir daí o meu advogado vem com uma conversa de acordo, que nunca tinha mencionado antes, de cerca de 75 contos e aconselhando-me a aceitar,
E AQUI ME PENETENCIO DA MINHA BURRICE, ESTÚPIDEZ, CHAMEM-LHE O QUE QUIZER, EM NÃO TER MUDADO IMEDIATAMENTE DE ADVOGADO,
é claro que não aceitei, iniciou-se a fase de ter de apresentar os documentos e constatações, etc , numa segunda audiência, venho a saber que o meu advogado não apresentou em tempo útil os documentos, então o juiz deu como provado aquilo que o réu declarou, dando novamente tempo para apresentar defesa contra isso, a partir daí tentei mudar de advogado, 4 que contactei depois de perguntarem qual era o valor em causa, não aceitavam dizendo que não valia a pena entrar em litigio com um colega por valores tão baixos, contactei a ordem dos advogados, que ainda mesmo antes de saber o motivo do meu contacto, queriam saber quem era o advogado, sem o que não fariam nada mais, primeiro iriam falar com ele e só depois analisariam os meus motivos, falei com o meu advogado e disse-lhe para não comparecer á ultima audiência, o mesmo desobedecendo á minha ordem, que de uma ordem se trata, compareceu e assinou a sentença dada pelo juiz.
RESUMINDO:
Passei de ter razão e direito a receber o que me era devido, a ter de aceitar um acordo
Não foram apresentados os documentos por mim fornecidos ao advogado em tempo útil, daí serem rejeitados
Ser aceite como provados os factos sem o meu advogado os ter refutado, mentiras criadas pelo meu cliente e a sua advogada e aceite pelo juiz, como esta por exemplo:
O cliente declarou que o meu pessoal abandonou a obra em 15 de Agosto, e que por 2 vezes em datas posteriores os mesmos funcionários teriam feito mal umas ligações sendo provocados prejuízos, o de eu ter debitado material que teria levantado, etc...
RESULTADO:
Fui condenado a pagar ao meu cliente uma indemnização pelos prejuízos causados, não receber nada da factura emitida, e da qual paguei o IVA, as custas do tribunal, etc...
O meu cliente deveria ter pedido a execução da sentença para ter de pagar, nunca o fez porque seria ?, não paguei as custas ao tribunal, não paguei a factura final ao advogado, não paguei nada nem nunca pagarei, e agora chamem-me CALOTEIRO.

Tentei levar o caso novamente a tribunal, recorrendo, demonstrando os erros cometidos, não havia qualquer hipótese, acções abaixo de determinado valor (creio que na altura seria 750 contos) não tinham direito a recurso.
SOU UM REVOLTADO COM A SOCIEDADE? SOU SIM.
Advogados no mínimo poder serem chamados de corruptos, juízes desatentos, leis que não protegem os desfavorecidos, se tivesse aceite a sugestão de um amigo, por sinal cigano, que iria "falar" com o meu cliente e ele teria todo o gosto em pagar e até certamente daria uma boa gorjeta, teria resolvido o assunto, mas quando se pretende fazer as coisas dentro da lei, o resultado é este.
Claro que seria outro se a divida fosse de uns milhões, não faltariam advogados a oferecem-se a troca de uma "pequena" comissão do cobrado.
A justiça é cega, surda e muda, mas tem bolsos, ou favores possivelmente pagos em alguma "cama".

4 comentários:

José Faria disse...

A justiça não é sega, é corrupta! Cobrem-se todos com a mesma manta!
A Lei vira de face conforme os interesses e as amizades, como aconteceu com esse advogado que arranjou.
Mas são todos assim, uns mais outros menos, mas todos amigos e todos à procura do mesmo.
Também aí funciona o jogo, o interesse por euros, e quem der mais é que estará de acordo com a legalidade.
Estas situações parecem continuar a convidar-nos a que saibamos fazer justiça sem a justiça. E aquela do cigano, quanto mais corpolento e feio melhor, até poderia ter resolvido o problema:
Bastaria que pelo soleno e sem testemunhas apertasse o pescoço ao fabiano trafulha, e lhe falasse ao ouvido enquanto estava com falta de ar:
Ou pagas ou vais para o Inferno!
Este país está superlotado de ladrões legalmente bem instalados.

Um abraço amigo Américo.

Mochilinha disse...

Pego nas palavras do Sr. José Faria. "Este país está superlotado de ladrões legalmente bem instalados."
Kissyou
Mochilinha

Mia disse...

beijo ... beijo ... beijo...
è uma pressinha... rsrrssr
Mia

Mochilinha disse...

É noite de S.João
Um beijinho venho dar
Espero nunca me esqueçam
Pois um dia vou voltar

Kissyou
Mochilinha