AS ESCOLHAS QUE O GOVERNO NOS "OBRIGA" A FAZER

Vou tentar em poucas palavras desfazer um nó que trago na garganta, aliás era o objectivo inicial deste blog, desabafar com as injustiças diárias deste povo, claro contando com a minha experiência pessoal.

Sempre trabalhei como Empresário, acumulando uma vez ou outra com alguns part-time´s, como sempre me preocupei mais com a parte técnica do meu trabalho, a parte burocrática ficou em segundo plano, desde o inicio que me colectei, inscrevi-me na segurança social, fiz seguros de acidentes, etc.... no inicio era a Associação Comercial e Industrial de Gaia que me fazia a “escrita” entregava os valores à seg.social, entregava as declarações ao fisco, etc... ora, e aqui começa a coisa a feder, numa bela reunião da associação os “grandes” resolveram de que a associação tinha muito trabalho a fazer a escrita aos “pequenos”, na realidade os nesecitados dessa ajuda, e ficavam por fazer alguns trabalhos aos grandes, que até teriam dinheiro para os pagar, vai daí deixou de ser gratuito esse trabalho feito aos pequenos, eu, como certamente a maioria dos associados teriam dificuldade em pagar, deixaram de utilizar os serviços da associação, para que a mesma estivesse disponível para os “grandes”.
A partir daí a minha situação legal passou a ficar para traz, declarações que não entreguei, pagamentos que não fiz...etc coincidiu com outra fase da minha vida má, divorcio 2 filhos totalmente a meu cargo, um com 10 e a outra com 9 anos, os ganhos a não chegar para tudo, daí até estar numa situação de falta de cumprimento das minhas obrigações foi um estante, recuperar delas mais difícil ainda.
Chegou a uma altura, á 3 anos atrás, em que teria de fazer algo, a idade estava a aproximar-se daquele limite, entendido como tal em que se tem de dar oportunidade aos mais novos, e quem tem mais de 40/45 anos já não serve para nada, vai daí decidi procurar emprego a tempo inteiro, fui trabalhar para uma empresa de electricidade em Milheirós, na Maia, onde o patrão (entenda-se explorador) me andou a entreter a inscrição na seg. social cerca de 4 meses, só quando foi ameaçado de denuncia ás entidades competentes é que fez a inscrição, não sem ter feito aldrabice para me prejudicar, ou seja inscreveu-me no mês de Agosto mas só disse que tinha começado no dia 4, tirando-me 3 dias no mês, embora tivesse pago por fora, vim a saber que isso me iria prejudicar no total de tempo para ter acesso ao desemprego se fosse o caso, proibiu-me de fazer horas extras o ordenado era de 600.00€ com os extras ia para cerca de 900/1000.00€, sem as horas e com os descontos passei a trazer cerca de 550.00€, ao fim de 2 meses de “lutas” pelos meus direitos, surgiu a oportunidade de ir trabalhar para uma empresa (torrefacção de café) para o qual já tinha feito muitos trabalhos como empresário, durante cerca de 14/15 anos, e assim fui, ordenado de 800.00 + carro + tlm , ao fim de algum tempo, cerca de 4 meses passei para 1000.00€, pensava eu que tinha ali emprego para o resto dos meus dias, ora por condições de mercado, concorrência, avultados investimentos na certificação, situação geral do país etc, foi extinto o meu posto de trabalho, ficando, e muito bem com o técnico mais antigo e experiente.
Entretanto, as sábias leis penhoraram-me a conta bancária, sem se importarem com o que estava lá, mas coincidência ou não essa penhora saiu rigorosamente no dia em que entrou o meu ordenado, resultado andei 1 mês e tal sem ter acesso ao ordenado, que fosse comer e pagar as contas como quisesse, não era nada com eles, a seguir penhoraram-me 1/3 do ordenado, 333.33€, finalmente libertaram o valor do ordenado depositado anteriormente, ficando o resto retido, e qualquer valor que entre na conta fica penhorado, para que serve essa penhora, será que está a chamar aos contribuintes de estúpidos, alguém no seu perfeito juízo vai lá colocar dinheiro sabendo que fica sem ele, para que serve esta medida após a primeira fase, a de apanhar o que lá está, não apanham mais do que esse.
No final de Janeiro fiquei no desemprego, a empresa pagou todos os meus direitos, sem qualquer entrave, o que não era de se esperar outra coisa, vou ao centro de emprego, e logo começa a penosa via sacra dos organismos oficias e todo o seu peso, manobras e contornos classificados como legais para pagarem o menos possível, e mesmo para isso criando toda uma serie de dificuldades.
Como não tinha, creio eu, que são 18 meses de descontos seguidos, só tinha direito a um subsídio social de desemprego, equivalente ao ordenado mínimo, mas lá está, tinham que arranjar algo para diminuir isto ainda mais, como sou divorciado, não tenho pessoas a meu encargo, toca de só pagar 80% do ordenado mínimo, ou seja neste momento 318.00
Como este valor não chega nem para as despesas mínimas que qualquer pessoa tem, no meu caso 200.00€ casa + 138.00€ carro, são 338.00€ o subsídio não chega, como me visto, calço, pago a luz, o gás, a agua, o telefone, o cabo, a Internet, a gasolina, etc.... logo e como a minha profissão permite tinha de fazer uns trabalhos enquanto não consigo emprego, como não queria voltar à situação de incumprimento das minhas obrigações, vou-me informar como fazer, na seg. social sou informado de que posso, facturar até determinado valor (metade do ordenado mínimo, em média, mensalmente) em simultâneo com o subsidio, dirijo-me as finanças e não puseram qualquer entrave á abertura de nova colecta, entretanto faço um serviço a um hotel do porto, e facturo 150.00€.
Até aqui parece tudo bem, como tive de ir ao centro de emprego por causa das apresentações obrigatórias, e em pé de conversa falei no assunto da colecta, o funcionário, como que deitou as mãos á cabeça dizendo que tinha sido mal informado, dirigi-me novamente á seg. social, e então a informação realmente foi outra, ou seja assim poderia ser se a abertura da colecta tivesse sido antes da situação de desemprego, como não foi teria de suspender o subsidio para poder trabalhar colectado.
Logo dei baixa da colecta e estou em risco de ter de pagar mais de impostos do que aquilio que ganhei.

RESUMINDO:

Os trabalhos previsíveis são relativamente pequenos, pois continuo á procura de emprego e não estou interessado em procurar grandes clientes novamente e depois decepcioná-los com a impossibilidade de executar os serviços, então terei de trocar os certos 318.00 por algo incerto, questionados os serviços da seg. social, as finanças e o centro de emprego, sobre como poderei ganhar honestamente e legalmente algum dinheiro para complementar o subsídio que me dão, não obtive nenhuma solução concreta.

CONSEQUÊNCIAS:

O GOVERNO “INCENTIVA” POR NÃO DAR ALTERNATIVAS A QUE SE TOME UMA OU MAIS DAS SEGUINTES OPÇÕES:

1ª - ROUBAR
2ª - TORNAR PARASITA (DOS PAIS, AMIGOS, COMPANHEIRA, FILHOS, SOCIEDADE. ETC...)
3ª - TRABALHAR CLANDESTINAMENTE (BISCATES)
4ª - FUGIR AOS IMPOSTOS

PERGUNTO A QUEM POSSA TER LIDO ATÉ AO FIM
O QUE SE FAZ NESTAS SITUAÇÕES.

6 comentários:

Mia disse...

Meu querido Americo.
Eu li até ao fim. Mas estou tão abismada que nem tenho palavras.
Lamento a situação, pois não a mereces. Espero que o vento que trás a sorte vire para o teu lado. Força amigo.
Beijo
Mia

José Faria disse...

Amigo Américo!
Mudam os Governos, mudam as políticas mas os políticos e o sistema continua meio estúpido, meio anárca, muito burocrático e sem consistência séria e responsável, capaz de fazer cumprir a a legislação que se inclúi no seu caso.
Eu sei que se calhar, ninguém ia passar cartão:
Mas tudo quanto aqui transcreve, infelizmente devem haver milhares de casos idênticos no país.
Eu sei que é desilegante pedir-se sempre que as informações que nos são transmitidas em qualquer balcão de um serviço público, nos seja dadas por escrito e com a assinatura do funcionário.
(Olhe que eu sou funcionário há 38 anos, mas cheguei aí depois da construção civíl!)
Mas tudo quanto aqui transcreve,é realmente uma exposição que eu faria chegar à todas as instãncias aqui referidas, nomeadamente ao Secretário de Estado da Segurança Social.
Não me cansaria e ficaria à espera (mas tentando desenrascar-me para comer todos os dias)enqunto, de preferência faria uns beiscates sem descontos para lado nenhum, pois é assim que o nosso sistema social quer e motiva.

- E é tão lindo ouvirmos os nossos políticos a faladrar de barriga cheia.
Coragem e perspicácia é o que lhe desejo Américo!
Tudo se há-de resolver se continuar desperto!

Anónimo disse...

Eu faço biscates. Ora ajudo com um computador ou outro dos vizinhos, ora, ajudo na papelaria de uns amigos para ver se tiro algum. É sempre mau.

nortemusica disse...

Sem palavras...
Onde chegou este país de colonos e navegadores...

nortemusica disse...

Sem palavras...
Onde chegou este país de colonos e navegadores...

nortemusica disse...

Sem palavras...
Onde chegou este país de colonos e navegadores...